Composições naturais geralmente fazem parte da lista de elementos de centenas de remédios. O mentol e a cânfora, por exemplo, são compostos fundamentais para a eficácia dos medicamentos como relaxantes musculares, anti-inflamatórios e descongestionantes nasais. O que algumas pessoas não sabem é que esses compostos advêm, geralmente, dos óleos essenciais puros, capazes de proporem um tratamento natural: a aromaterapia.
A aromaterapia é uma área da fitoterapia (medicamento cuja base são constituintes ativos de plantas e vegetais) que utiliza como base os óleos essenciais para a estimulação de diferentes partes do cérebro. Esses óleos são produzidos por plantas aromáticas e promovem um estímulo sensorial no organismo do indivíduo, apresentando melhora significativa em doenças físicas e emocionais, promovendo bem-estar e fortalecimento de defesas do corpo.
Os óleos são de extrema concentração e complexidade de extração, advindo de flores, folhas, frutos e raízes. Sendo voláteis e compostos de elementos orgânicos como carbonos, óxidos, cetonas, são encontrados nas plantas em forma de pequenas gotas entre as células, agindo nelas como hormônios reguladores e catalisadores. Além disso, atuam como defensores de parasitas e na adaptação ao meio ambiente.
"Quando as moléculas aromáticas são inaladas e, rapidamente, absorvidas pelo sangue através dos pulmões, causam impacto em todo sistema. O olfato é o único sentido humano que tem ligação direta com o cérebro, sendo o sistema límbico — parte do sistema nervoso responsável pelas emoções e comportamento, isto é, uma espécie de central emocional que pode ser considerada o coração da mente — capaz de alterar a liberação de hormônios" afirma a aromaterapêuta Maria Antônia.
Foi no século XX que ocorreu a regulação medicinal da aromaterapia, mas acredita-se que em civilizações antigas no Egito, Grécia e Roma, já existia o uso dos aromas, incensos e perfumes. Em 1978, o doutor Paul Belaiche publicou um texto sobre as propriedades medicinais dos óleos na cura de queimaduras, cicatrizes, antissépticos, antivirais, tratamento de infecções e degenerações, ressaltando sua pureza e qualidade para fins médicos.
A aromaterapia é reconhecida como tratamento curativo complementar pela Associação Brasileira de Medicina (ABMC). A eficiência dos óleos tem ligação direta com a técnica (inalação, aromatizador, evaporação no ambiente, sprays, vaporização, massagem, banho ou em escalda-pés) e os aromas usados.
Segundo um estudo do jornal científico do Irã, The Iranian Journal of Nursing and Midwifery, mulheres que fizeram 15 minutos de aromaterapia com lavanda no pós-parto tinham menos chances de apresentar sintomas de depressão pós-parto ou ansiedade.
Juliana, mãe de Ana Clara, conta como foi e está sendo a experiência com óleos essenciais para a filha de 5 meses: "desde recém-nascida, minha filha era inquieta e chorava muito, então decidi levar ela à uma aromaterapeuta. A minha doutora passou os óleos essenciais de lavanda e camomila, e disse para que eu misturasse com algum creme neutro e massageasse os pés do neném com essa mistura. Às vezes eu simplesmente colocava algumas gotas nas minhas mãos, espalhava e deixava ela inalar”.
Para os bebês, a via inalatória é mais segura, mas requer cuidados em sua administração, sendo o mais recomendado quando os óleos são misturados em creme. Além disso, vale a atenção para vermelhidão, coceira, irritação e outros efeitos que sinalizem alergia.
“A melhora foi significativa: dentro de 10 dias, a inquietação passou e ela deixou de chorar tanto. Continuo fazendo o acompanhamento com a aromateurapeuta e hoje, posso dizer que minha filha melhorou 85%" afirma a mãe.
Apesar de serem naturais, os óleos essenciais são substâncias químicas e muito concentradas, podendo provocar problemas neurológicos caso usados de forma excessiva:"Os óleos são muito concentrados e não devem ser utilizados em contato direto com a pele, mas sim misturados com óleos carregadores(que diminuem sua concentração) como óleos de amêndoas, uva ou copaíba; ou podem ser misturados em cremes neutros" ressalta a aromaterapeuta.
É necessário o acompanhamento médico de um aromaterapeuta para a prescrição ideal para o paciente e seu problema. Hoje, são mais de 300 óleos no mercado, e devido às suas composições, cada óleo tem uma contraindicação diferente.