No final de fevereiro deste ano, uma embarcação que estava transportando minério de ferro, acabou encalhando na costa maranhense. O grande problema deste acidente não é apenas o risco do minério de ferro se dissipar no mar e as perdas econômicas que isso pode causar, muito mais preocupante é a questão ambiental, que pode ser extremamente prejudicada pelo possível derramamento de óleo que pode ocorrer em plenos lençóis maranhenses.
O combustível usado na embarcação, que tem como base principalmente o óleo diesel, pode causar um estrago enorme na vida marinha e na vida econômica das comunidades que dependem do mar limpo para sobreviver, assim como ocorreu no derramamento de óleo do ano passado e que até hoje o governo não se prontificou de maneira efetiva a cuidar desse problema.
Atualmente, a principal medida de segurança que o governo providenciou foi a indicação de 225 militares para ajudar na remoção da embarcação. Fora a ajuda externa do navio holandês ALP Defender, que está ajudando no reboque e ancoragem, além do transporte de materiais internos do navio. A preocupação primordial é da retirada de todos os componentes químicos maléficos para o meio ambiente, o processo deve levar algum tempo, já que uma parte da embarcação está submersa no oceano.
Segundo a Pollaris Shipping, empresa sul coreana responsável pela embarcação, cerca de 3,5 mil toneladas de óleo combustível, além de 140 toneladas de óleo diesel devem ser retiradas do navio durante toda a operação, qualquer erro durante o período pode ser fatal para a questão ambiental brasileira, já que o óleo é extremamente volátil e pode se espalhar por toda costa nordestina.
O óleo que escapou da embarcação ainda é considerado controlável pelas autoridades, pouco mais de 333 litros de óleo se espalharam numa extensão de quase 1 Km². Foram abertos dois inquéritos para verificar de quem é a responsabilidade por esse crime ambiental.
Um dos maiores desastres ambientais da história mundial, créditos: Revista Veja.
Em nota oficial, a Marinha afirmou que foi realizada uma reunião no dia 26 de março, com o representante da Vale, da autoridade portuária e da Ardent Global para definir quais materiais seriam usados para retirar o óleo e evitar possíveis vazamentos futuros. O governo brasileiro se pronunciou através do ministro do meio ambiente Ricardo Salles que enfatizou a necessidade da cautela durante o processo de retirada do óleo da embarcação, já que nesse momento o principal é evitar um agravamento da situação, Salles disse que o plano deve seguir todos os procedimentos de segurança para transportar de um navio para outro todos os componentes químicos.
Apesar da situação estar atualmente sob controle, é mais um caso preocupante para a situação ambiental brasileira. Devido a negligência que o nosso governo tem com relação a tudo que envolve o meio ambiente brasileiro, toda a população fica preocupada com qualquer possível acidente que possa nos afetar.
Até hoje, não nos recuperamos das manchas de óleo que prejudicaram muito a vida na costa brasileira, ano passado quando um navio acabou derrubando petróleo na água, o governo demorou muito tempo para tomar alguma atitude, por isso, as comunidades ribeirinhas, além da própria população dos locais afetados, tiveram de tomar providencias drásticas para tentas salvar o local onde vivem. A maior parte das pessoas precisa lidar com essas questões sem instrução de como fazê-lo de modo seguro, muito menos com os objetos necessários, para mexer nos componentes químicos que se arrastavam pelo meio ambiente.
Comunidades ribeirinhas retiram óleo das praias no Nordeste, créditos: BBC News
Por isso, sempre que ocorre esse tipo de situação, é compreensível que as pessoas que podem ser envolvidas se preocupem, pois pelo que vemos, dependendo deste governo, a população terá que se virar, para garantir a segurança do meio que elas vivem.
A crise ambiental brasileira com certeza foi agravada pelo governo Bolsonaro, a situação em governos passados nunca foi tratada como uma grande prioridade, apesar de sempre ter havido diversos investimentos, principalmente com a questão da demarcação de terras indígenas. Mas com Bolsonaro, é primeira vez que temos um governante que se coloca contra todas as medidas de segurança ambiental que já foram testadas e colocadas como importantes por diversos especialistas da área.
Nunca houve na história do Brasil alguém que pudesse ser visto como inimigo do meio ambiente, não apenas por negligenciar questões extremamente importantes e prioritárias, como esse derramamento de óleo, mas por cortar investimentos e desmoralizar ações os órgãos importantes para a preservação da nossa natureza. Jair Bolsonaro invalida até seus ministros, os que não concordam com sua agenda e sua ideologia, são rechaçados e até demitidos. O episódio ocorrido no início de abril é um perfeito exemplo disso. O Ministro da Saúde Luís Henrique Mandetta apresentou todos os motivos de porque as pessoas devem ficar em casa durante essa época de quarentena por causa do COVID-19, o coronavírus, para não estrangular o sistema de saúde, o presidente que possui uma ideologia completamente oposta ao do ministro da saúde, rechaçou diversas vezes as decisões do ministro além de desmoralizar suas falas através de opiniões sem qualquer fundamento baseado na ciência.
É o reflexo de como Bolsonaro deixa em segundo plano a população em prol de uma melhora econômica para o país que nunca chega ao povo. Quando se trata do meio ambiente, a situação só se agrava para as populações ribeirinhas, que se vem isoladas e jogadas a própria sorte, precisando brigar por si e pelo pão de cada dia, já que elas dependem da natureza para sobreviver e sustentar seus familiares. As comunidades indígenas também sofrem do medo e da insegurança de não saber sobre o dia de amanhã, garimpeiros, e latifundiários se vem livres para tomar dos indígenas o lugar onde eles moram, assassinar e queimar terras indígenas, tudo com o aval ideológico do presidente.
A ideologia do governo federal se prova cada dia mais, o pior inimigo do meio ambiente, devemos como população, nos manifestar contra esses problemas, pois nosso futuro, depende das ações certas que serão tomadas a partir de hoje.