A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP), Instituição de ensino superior e privada, aprova meta para contratação de 37% de professores negros, taxa referente a população negra de São Paulo, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o Jornal da Universidade, a meta foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consun) e o projeto irá se iniciar no segundo semestre de 2023, sendo válido por 6 anos com reavaliação bianualmente.
Lucas Pereira Gregório, 26, estudante de Direito pela PUC-SP e integrante do Coletivo Saravá - coletivo de alunos negros da Universidade -, explica como é importente ter mais professores negros, já que o curso de Direito a maioria são brancos. “Já era hora da PUC fazer isso! É necessário trazer o discurso para a prática e levar mais diversidade para o corpo docente. No momento não tenho nenhum professor negro e pelo o que sei, no Direito há apenas 2 professores negros”, diz o estudante.
Dados da PróPAC - Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação Acadêmicos -, apontam que há somente 5,34% de professores negros na PUC, e em nota para o Jornal da Universidade, Mônica de Melo, Pró-reitora de Cultura e Relações Comunitárias, explica o quanto é prejudicial: “A ausência de docentes negros nos quadros da Universidade revela cumplicidade com o ‘pacto da branquitude’ na manutenção de seus privilégios, na exclusão de humanidade das pessoas negras, com uma abolição da escravização sem qualquer reparação, sem qualquer política pública que garantisse educação, trabalho, terra, moradia, ou seja, condições dignas de sobrevivência para a população negra”, finaliza.
Para Judson, as outras Universidades deveriam fazer o mesmo, porque isso gera uma rede que contribui com a sociedade, uma vez que, o espaço da população na da Universidade é para a produção de saber e que possa se tornar em ação. Começar pela própria Instituição de ensino é muito significativo, porque contribui com a democratização da própria sociedade.
“Eu tenho outro colega negro dentro do departamento, mas a maioria ainda são brancos - como na PUC inteira né, a maioria gigantesca é majoritariamente branca -, e que esse projeto venha para tentar fazer uma revisão disso e fazer uma reparação neste sentido”, acrescenta o professor.
A falta de professores negros nas Universidade é um problema persistente, no qual a diversidade étnico-racial é uma característica marcante em todo o mundo. A carência de professores negros nas Universidades retrata a desigualdade estrutural que historicamente vem afetando o acesso a educação e aprendizado de pessoas negras.