Entre julho e agosto deste ano aconteceram os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que, em decorrência da pandemia de covid-19, foram em 2021. Dentre os diversos motivos que fizeram a 32ª edição do evento multiesportivo ser emblemático, como, por exemplo, os recordes brasileiros e a crise sanitária, a forte presença da comunidade LGBTQIAP+ foi histórica em muitos sentidos. De acordo com o site OutSports, havia pelo menos 183 atletas abertamente LGBTQIAP+ no evento, um número maior do que as edições de Londres 2012 e Rio 2016 juntas, que somam 79 atletas. Esse levantamento ainda apontou que se esses atletas formassem uma delegação, ela terminaria os Jogos na sétima posição no ranking final do quadro de medalhas, à frente de países como a França, a Holanda, a Alemanha e o próprio Brasil.
Todas essas questões que envolvem a presença da comunidade LGBTQIAP+ no esporte são extremamente importantes para incentivar diversos jovens talentos que não encontram espaço e oportunidade no meio. Para uma criança queer que a todo momento é descaracterizada por estigmas sociais que rejeitam seus corpos, o esporte é uma esfera distante e um sonho que não se materializa. Nos últimos anos, a importância da representatividade foi legitimada em muitos aspectos e em um período pandêmico, onde os olhos do mundo estavam voltados para aquela competição como nunca antes estiveram, ela aqui mais uma vez se faz necessária para que a comunidade ocupe espaços de destaque também no esporte e cada vez menos nas estatísticas de violência e nas manchetes trágicas dos grandes jornais.