As crianças são curiosas por natureza, uma vez que são livros em branco querendo descobrir o mundo. Elas têm questionamentos sobre a sociedade e precisam compreender os fatos para assim formarem suas personalidades e terem pensamento crítico durante o desenvolvimento delas. Contudo, muitas de suas perguntas não são respondidas por não serem “assuntos de criança”.
Um exemplo disso são os comentários homofóbicos que surgiram nas redes após a Disney confirmar o primeiro beijo LGBTQIA+ entre duas personagens femininas, no filme do tradicional personagem Buzz Lightyear, que será lançado no dia 16 de junho de 2022.
“Ridículo, esse tipo de afeição (que não é heterossexual), não deve ser apresentado ao público infantil.”
“Não há necessidade de mostrar isso para as crianças”
“Filme de criança, era nem para mostrar isso”
Esses foram algumas das opiniões que repercutiram nas mídias sociais. Mas, afinal, o que é papo de criança?
Carla Barbisan, mãe do Juliano Barbisan de apenas 10 anos, relata que conversa sobre temas considerados de adultos com o seu filho, mas adaptando a linguagem para respeitar a idade que ele tem. “Não há tabu, tudo que a criança te pergunta tem que ser respondido. Já conversei com ele sobre vários assuntos que não são considerados para criança.”
Prática saudável na visão da psicopedagoga, Elaine Magna: “Manter o diálogo sempre aberto com os filhos sobre qualquer assunto (sexualidade, drogas etc.) em tempos de fácil acesso à informação é o melhor caminho.”
Elaine reforça a importância de os pequenos começarem a criar suas próprias opiniões durante essa fase do desenvolvimento, e o caminho para eles fazerem isso é por meio do diálogo e do acesso às informações. Petria Chaves, jornalista da rádio CBN e apresentadora do podcast Revisteen faz um trabalho jornalístico voltado totalmente para este público, ajudando na construção do pensamento crítico das crianças e adolescentes.
“Criança tem que ser criança, criança tem que brincar. Mas, na medida do possível, a gente tem que se preocupar em ser tradutor desse mundo tão complexo para elas (...) o jornalista é sempre um tradutor”, comenta Petria.
Confira mais informações sobre a importância de dialogar temas complexos com as crianças escutando o podcast Papo de Criança.
Foto de capa: Ketut Subiyanto no Pexels