Por Beatriz Brascioli
Com uma entrada simplista e antiga, o Horto Florestal é um refúgio para a mente e lugar para desestressar da correria do dia a dia. Um parque grande e localizado no meio de São Paulo, bicicletas e pedestres entram e saem do parque levando vida e cada pessoa carregando uma história singular.
O parque tem um ar muito familiar. Em todos os cantos, se encontra uma família fazendo um piquenique, brincando com seus filhos, praticando esportes, pais ensinando filhos a andarem de bicicleta, casais se aventurando na trilha da pedra grande.
Julia Cunha nasceu e cresceu na zona norte e é vizinha do Horto, passou toda sua infância correndo e gastando sua energia inteira nos gramados e quadras nas áreas que o parque proporciona. Animada e nostálgica conta que foi lá que, depois de muitos tombos e desequilíbrio, aprendeu a andar de bicicleta com seu pai. Também lembrou que jogava bola com seu irmão mais novo nos gramados e também nas quadras.
Seu tio é técnico de vôlei e está sempre organizando campeonatos entre os times que treinam. Por isso, sua presença, também, se faz bastante presente no parque. Cunha relata que viveu muitas coisas boas dentro do parque. Emocionada, disse que descobriu que seria irmã mais velha de uma menina, com uma surpresa feita por seus pais.
O Horto é sinônimo de família. É um ambiente muito acolhedor, família, de muitos começos e reencontros. Kamila Silveira, que brincava com o seu filho, hoje de 10 anos, e lembra que quando descobriu que seria mãe, não pensou duas vezes e já sabia onde faria o ensaio fotográfico da sua gravidez. O verde, os casarões antigos, o lago com pedalinhos, com tudo que o parque pode oferecer foi “tema” de seu ensaio. Hoje, ela faz questão de levar seu filho, alguns finais de semana, para descarregar suas energias e brincar no parque.
Ao relembrar da gravidez, Kamila sorriu e refletiu como o tempo passa muito depressa e como os filhos crescem rápido. Porque lembra como se fosse ontem ela escolhendo qual roupa vestir para o ensaio. Um parque tão grande como o horto, no meio da maior cidade da américa latina, fez a refletir sobre como o ser humano às vezes precisa colocar o pé no freio e refletir sobre o tempo e a vida, além de manter o equilíbrio no meio do caos.
As melhores memórias de Antônio Paulino, filho do Seu Moacir, são dentro do parque jogando bola com seu pai. Os olhos brilhando falando de tamanha admiração de respeito por ele. Era um refúgio e tradição deles jogarem um futebol nas tardes de domingo e depois dar uma volta pelo parque. Assim como Julia, Antônio depois de muitos tombos aprendeu a andar de bicicleta, junto de seu fiel companheiro. Então o Horto simboliza sempre um lugar especial no coração das pessoas que ali frequentam.
No inverno, o parque fica mais vazio e bem gelado. Rubens Alves, trabalhador do setor administrativo, fala que quando está frio, é aquele frio de doer as pontas dos dedos e nariz ficar vermelho de gelo. O parque é dividido em vários setores, e um deles ficam os alojamentos no qual funcionários que não tem muitos recursos podem se hospedar durante a semana. Mas por ser cercado de árvores, muitas originárias da mata atlântica, fazia muito frio, a ponto de acordar cedo e só ver a neblina.
É um grande parque no meio da Zona Norte de São Paulo e que todos que moram na região com certeza já frequentaram. Um ambiente para relaxar e esquecer um pouco das preocupações da vida e recarregar as energias. Com certeza esse é um bom lugar para apreciar a natureza da forma mais pura que tem, e o mais interessante, é que o trópico de capricórnio atravessa o parque separando as zonas tropical e zona temperada sul.
O Horto Florestal é um lembrete para os paulistas, e todos os frequentadores, que a natureza e as histórias podem coexistir mesmo no meio do concreto e que memórias incríveis estão logo ali, ao alcance de um simples passeio.