Podcasts

path
OLD-padcasts
Mesmo com o pouco tempo de carreira, jovens sentiram piora da saúde mental no trabalho.
por
Flavia Cury e Sara Gouvêa
|
30/10/2023

Flavia Cury (audiovisual) e Sara Gouvêa (texto).  

 

Em um dia cheio no trabalho, o estagiário Andre Nunes, de 21 anos, começou a escrever um simples e-mail e ficou com a visão turva, essa era sua primeira crise de Burnout, uma síndrome que evidencia o esgotamento profissional. Ao ir em uma consulta, foi diagnosticado e apesar da carga excessiva de trabalho que fazia diariamente, nunca pensou que seria acometido por causa da sua pouca idade. Mesmo sabendo os sintomas e a possibilidade, a ideia de tão cedo sofrer disso não parecia real, acreditava que seria depois de anos de carreira. 

A passagem da adolescência para a vida adulta já é complicada por si só, tanto por pressões internas como externas. Aliado a isso, os últimos anos do ensino médio são bem desafiadores em relação a vestibular, junto com a escolha de uma profissão e depois, a inserção no mercado de trabalho. Ainda, muitos ainda não têm a escolha de apenas estudar, precisam trabalhar para bancar os estudos e para ajudar a melhorar a condição da família financeiramente. Então, a falta de oportunidade para a grande maioria desses jovens também é um agravante. Muitos jovens exercem funções em trabalhos mal remunerados, com longas jornadas de trabalho e sem perspectiva de crescimento profissional, presos em dois ambientes estressantes e de muita pressão, o dos estudos e o do trabalho. A falta de experiência também, a insegurança e a própria falta de informação deixam os jovens vulneráveis à síndrome de Burnout.

Competitividade constante, excesso de trabalho, metas irrealistas estipuladas pelos chefes, estes são alguns dos exemplos que podem levar uma pessoa a desenvolver o Burnout. A psicóloga Carla Presutti relaciona os sintomas da síndrome a um termômetro, indicando que a pessoa está fazendo esforços para se adaptar à rotina e às demandas, mas não está conseguindo. Além disso, a naturalização do trabalho à distância pós-pandemia e o estilo de vida moderno, com constante rapidez, resultado imediato, informações em quantidades elevadas e realizar tarefas simultaneamente exige muito da atividade mental, ocorrendo uma sobrecarga.
 
Segundo pesquisa feita pelo Grupo Adecco, empresa suíça de recursos humanos, 38% das pessoas ouvidas dizem ter sofrido os efeitos do Burnout, ao longo do ano de 2021. O levantamento mostrou também que 32% dos entrevistados informaram que a saúde mental piorou significativamente por conta do trabalho à distância. Os pesquisadores entrevistaram 15 mil pessoas, em diversos países do mundo.

A síndrome tem afetado especialmente as gerações mais jovens, principalmente as novas lideranças. Para 45% desses líderes, que fazem parte da geração da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), o trabalho remoto ou híbrido desencadeou aumento da síndrome e a piora da saúde mental. O índice é de 42% entre a Geração Y (ou millennials), nascidos entre 1983 e 1999; 35% entre a Geração X (1961 e 1982) e de 27% entre os chamados Baby Boomers (1945 e 1960).


Psiquiatras e psicólogos são os profissionais indicados para fazer o diagnóstico. Depois de analisarem os sintomas, irão indicar o tratamento. Os sintomas são diários, podendo apresentar insônia, cansaço excessivo durante o dia, desânimo, falta de concentração, dores de cabeça frequentes e alguns distúrbios gastrointestinais. Análogo a isso, sentimentos de derrota, fracasso e insegurança são muito frequentes, levando a padrões de pensamento negativos. Dessa forma, pode acabar levando o jovem a um isolamento social e se não for tratado, pode resultar em graves estados de depressão, e também episódios de ansiedade, diminuindo a produtividade do indivíduo, que acaba afetando sua vida social e profissionalmente.

Quando houver alguma suspeita do trabalhador sofrer com Burnout, o correto é emitir um C.A.T., Comunicação de Acidente de Trabalho, e afastá-lo do ambiente de trabalho imediatamente, de acordo com a psicóloga Amanda. Em seguida melhorar as condições de trabalho, como estipular metas mais realistas, gerar um ambiente de trabalho colaborativo ao invés de ambientes de competição e pressão. Além disso, se o trabalhador conseguir provar que foi o ambiente de trabalho e estas condições que o levaram a desenvolver a síndrome, a empresa pode ser penalizada, oferecendo o tratamento e possível indenização pelos danos causados.

 

Prevenir e Ajudar


A prevenção deveria ser uma preocupação por parte do funcionário e da empresa. Para Carla, a preocupação com a qualidade de vida do funcionário no trabalho deveria ser regra número um das empresas, já que reflete na produtividade. Algumas maneiras de prevenção envolvem o gerenciamento da carga de trabalho, respeito dos limites pessoais e a construção de um ambiente de apoio. O incentivo de práticas saudáveis, dormir bem, tempo de lazer, ajudam em uma rotina saudável e de prevenção.

Como indivíduo, é preciso reconhecer e respeitar os próprios limites, tentar estabelecer metas realistas de curto e médio prazo, no trabalho e nos estudos. O incentivo de práticas saudáveis, como dormir bem e ter um tempo de lazer, ajudam na prevenção. E claro, sempre procurar por ajuda especializada, se for o caso.

Para ajudar uma pessoa com Burnout, é importante não julgá-la, mas oferecer apoio. Demonstrar empatia e acolhimento, que pode ser feito através de uma conversa, de uma escuta e, com certeza, incentivá-la a buscar ajuda profissional. Se a pessoa já chegou no nível da exaustão, ela precisa de ajuda. Entender quais foram os fatores internos e externos que a levaram a chegar nesse estágio, para que possa ocorrer mudanças na vida dela e, no futuro, não acontecer mais.

Foi o que Andre fez, compreendendo seus limites e como não os extrapolar. Depois, nunca mais teve uma crise grande daquela forma. O universitário lembra que, na época, passava mal e ainda se oferecia para continuar trabalhando. Hoje em dia, ele entende que precisa cuidar da própria saúde mental.  

Tags:

Saúde

path
saude

Podcasts

path
OLD-padcasts
Pesquisa mostra que brasileiros passam mais de metade de seu tempo na frente do celular, computador ou TV
por
Flavia Cury e Sara Gouvêa
|
18/09/2023

Por Flavia Cury (texto) e Sara Gouvêa (audiovisual)

 

 

O universitário Patrick Fuentes usa o celular e o computador principalmente para seu estágio, mas, durante seu tempo livre, opta pela diversão digital, pois acha mais fácil de processar do que outras formas de mídia, como livros ou filmes. No entanto, muitas vezes, ele se sente ansioso ao utilizar as redes sociais, pois se compara com os outros. Quase sempre se questiona sobre o que poderia estar fazendo argumentando que amigos estão vivendo outra realidade enquanto fica deitado em sua cama.  Ele também se sente um pouco obrigado a usar, já que está todo mundo usando. Em casa, no trabalho, na rua, no ônibus, no metrô, no carro, no bar, na praça, em shows, palestras, no cinema, nas aulas, salas de espera, reuniões de família, jantares, passeios com o cachorro, reencontro com amigos, até mesmo no banheiro! Em todos esses momentos, é possível avistar um pequeno ponto de luz que se tornou um fiel companheiro nos anos modernos: a tela de um celular ou computador.


Um levantamento realizado pela Electronics Hub revelou que o Brasil ocupa a segunda posição no ranking dos países com maior tempo de tela, ficando atrás apenas da África do Sul. Os brasileiros passam mais da metade do tempo em que estão acordados (56,6%) diante desses dispositivos eletrônicos. Nesse tempo, a atividade predileta é navegar nas redes sociais e assistir a séries e filmes, embora uma parcela significativa também os utilize para fins profissionais. Mas isso tem um custo.

De acordo com a psicóloga clínica Fabíola Luciano, essa preferência pelo entretenimento digital ocorre, neste caso, devido ao difícil acesso à cultura no Brasil. As telas preenchem esse espaço de maneira passiva e democrática, exigindo menos esforço e investimento financeiro do que ler um livro ou ir ao cinema, por exemplo. Entretanto elas podem ter um sentido contrário. Os efeitos negativos para a saúde mental causados por essa exposição excessiva são preocupantes, como aponta Luciano. As pessoas estão se tornando superestimuladas, com dificuldades de concentração e atenção, impossibilitando de manterem uma conversa. Com tantos estímulos em pouco tempo, o vício na Internet é cada vez mais evidente. As constantes mudanças de assunto a cada 15 segundos, alimentadas pelos algoritmos que direcionam conteúdos de interesse, fazem com que o prazer nas telas seja imediato. Portanto,  outras partes da vida acabam se tornando monótonas e sem graça.

A advogada Maria Clara do Nascimento compartilha dessa prática constante. Embora use predominantemente esses dispositivos para o trabalho, ela acaba gastando seu tempo livre nas redes sociais e aplicativos de mensagens para se comunicar com amigos e familiares. No entanto, ela reconhece que essas atividades a deixam melancólica, pois percebe que está perdendo a oportunidade de interagir mais com as pessoas na vida real devido à sua carga de trabalho excessiva. Extremamente dependente do tempo em frente das telas, ela admite que o uso ostensivo a atrapalha e lamenta afirmando que é, no mínimo, triste.

Outro sentimento que vem à tona é a sensação de estar desperdiçando tempo ou de que poderia estar fazendo algo mais produtivo. Nascimento menciona que se distrai frequentemente com aplicativos de vídeos curtos, como TikTok e Reels do Instagram, chegando a perder a noção do tempo enquanto utiliza. Ela não está sozinha nessa experiência. O universitário Guilherme Caldas já chegou a se atrasar até para o estágio devido ao tempo gasto em aplicativos similares. A facilidade de passar rapidamente de um vídeo para outro contribui para essa distração.

Caldas também reparou que até mesmo a leitura de um livro se tornou difícil para ele devido à dependência das telas. O excesso de estímulos das redes sociais torna a leitura mais desafiadora e demanda muita concentração. Ele associa essa falta de atenção exclusivamente ao uso de dispositivos eletrônicos.


Teletrabalho


Nem todo uso de tela está relacionado ao tempo de lazer, especialmente após a pandemia de Covid-19, que trouxe consigo uma nova modalidade de trabalho: o home office. Em escritórios convencionais é possível reservar um tempo para si mesmo. Fazer pausas para tomar um café, e geralmente ainda se aproveita um pouco de sol na caminhada até a empresa. Além disso, e o mais importante, interagir com os colegas de trabalho.

É justamente esse último aspecto que é negligenciado no teletrabalho, uma vez que todas as interações sociais ocorrem por meio de chats ou ligações. Esse fator tem um impacto significativo no bem-estar emocional. Quando se tem a noção de que esses vínculos sociais estão se perdendo, um caminho para a depressão é aberto.

A servidora pública Mariana de Luna optou por abandonar o trabalho remoto justamente pela saudade de interações sociais. Em sua área foi adotado um modelo híbrido, com a obrigatoriedade de ir ao escritório pelo menos duas vezes por semana. Ela escolhe trabalhar presencialmente todos os dias. Os motivos dessa preferência são muitos, incluindo a proximidade de sua residência ao local de trabalho, mas o principal deles é a falta que sentia do contato social quando precisava trabalhar home-office. Até mesmo em questões corporativas, ela achava muito mais eficaz a comunicação presencial do que por meio de mensagens. Ela afirma que uma coisa é elaborar um texto, escrever e enviar. Outra completamente diferente é poder se encontrar pessoalmente, conversar e ter uma troca olho no olho.

A psicóloga também ressalta que, se deixarmos de socializar regularmente, corremos o risco de perder nossas habilidades sociais. Sem elas, mesmo que precisemos desses ambientes sociais para nossa vida, nos sentimos ansiosos quando estamos neles. Ela compara a situação a tentar dirigir um veículo que ficou parado na garagem; ele precisa de uma nova bateria. No entanto, aprender a socializar novamente é muito mais desafiador, pois requer prática e paciência.

Outro fator que afeta a saúde mental, segundo ela, é a confusão entre os espaços de trabalho e do lar, que acabam se entrelaçando e perdendo seus limites demarcados. De Luna compartilha que também enfrentou dificuldades para encerrar o expediente e separar seu tempo entre trabalho e afazeres domésticos, o que afetou significativamente sua qualidade de vida.
Como exemplo, ela conta que nunca lavava louça enquanto estava trabalhando. Mas, como sua demanda de trabalho era extremamente alta no teletrabalho - exatamente pela dificuldade de seus colegas distinguirem quando era seu tempo livre -, ela trabalhava até tarde da noite e não conseguia lavá-las. O ciclo se repetia todos os dias, ou seja, a louça estava sempre acumulada. 


Além da mente 


A saúde mental não é a única que pode ser afetada pelo tempo de tela. Aspectos mais físicos do nosso corpo podem pagar o preço também.
O uso prolongado dos celulares e computadores no dia a dia faz com que se fique muito tempo na mesma posição, repetindo os mesmos movimentos várias e várias vezes. Esse comportamento, sobretudo nos pulsos e nas mãos, causam uma sobrecarga nos tendões dessas partes do corpo, que leva a uma das doenças mais características do século 21: a tendinite. O ortopedista Fábio Urquiza explica que ela é a culpada por causar desde dores até a limitação do movimento ou ruptura dos tendões. Além das compressas de gelos e anti-inflamatórios, o ideal é a redução do período em telas. Por vezes, se nada melhorar as dores, é necessário tratamento fisioterápico ou cirurgias.

O médico oftalmologista Paulo Schor esclarece que as telas em si não são diretamente responsáveis por causar problemas de visão. O que realmente acontece é que, quando se passa mais tempo olhando para a tela do que para uma página de papel, por exemplo, a tendência é piscar menos. Esse comportamento, combinado com o fato de que as telas geralmente estão posicionadas mais acima e mais próximas do nosso rosto em comparação com outros objetos, como um livro, pode levar à secura dos olhos.

Isso ocorre porque, quando nossos olhos estão abertos por mais tempo, as lágrimas naturais deles têm mais tempo para evaporar. E como não se pisca com frequência necessária para as repor, acaba acarretando em outros problemas, como olhos vermelhos, ardendo, ou até lacrimejando mais. Portanto, além de prestar atenção no posicionamento das telas, é fundamental fazer pausas regulares para lembrar-se de piscar.

Além disso, o uso de um umidificador de ambiente pode ser de grande ajuda para manter a umidade adequada ao redor dos olhos, o que pode aliviar a sensação de olhos secos, contribuindo para uma experiência mais confortável durante a exposição prolongada às telas.

 No final das contas, a recomendação principal dos profissionais da saúde é que o celular e o computador, os fiéis companheiros do homem moderno, sejam deixados um pouco de lado em razão dos principais riscos que as telas podem oferecer. Mesmo que a dependência homem e máquina já tenha sido estabelecida, vale lembrar de viver a vida real para favorecer o bem estar do corpo e da mente. 

 

Tags:

Ciências e Tecnologia

path
ciencia-tecnologia

Comportamento

path
comportamento

Saúde

path
saude

Podcasts

path
OLD-padcasts
Após seis décadas de carreira, a musa do rock and roll brasileiro nos deixou aos 75 anos
por
Por Dayres Vitoria e Hadass Leventhal
|
26/05/2023

 

"Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída", foi o que Rita previu, já em forma de profecia, em sua autobiografia lançada em 2016.  

Após sua partida, no dia 8 de maio, resta aos fãs celebrar o legado deixado pela musa de cabelos vermelhos e escutar suas canções com o coração apertado de saudades. Por isso, este podcast é um tributo à Rita Lee, que ela seja sempre lembrada como a mulher, mãe, artista, paulistana, corinthiana roxa e loucamente apaixonada pela vida que foi.     

LINK:https://soundcloud.com/hadass-leventhal/tributo-rita-lee-23052023-finalizado/s-LwmzS3jWtZz?si=71c83faac78f4a74968039673405f928&utm_source=clipboard&utm_medium=text&utm_campaign=social_sharing

Tags:

Podcasts

path
OLD-padcasts
Reeleito ao Planalto critica "isolamento" no cenário mundial provocado por Bolsonaro.
por
Lidiane Miotta
|
21/11/2022

Lula fez inúmeras críticas a relação do Governo Bolsonaro com o exterior durante a sua campanha a eleição e no seu discurso após ser anunciado como vencedor da eleição presidencial. Lula também prometeu mudanças nessa área que fariam o Brasil voltar a ser respeitado pelas grandes potências mundiais. No podcast, o professor de relações internacionais Arthur Murta, da PUC-SP, fala sobre o cenário herdado por Lula, os principais desafios, os próximos passos e o que esperar do governo de Lula na política externa nos próximos anos

 

https://open.spotify.com/episode/3fuYqi5WiIbUBBv1qOpS0Y

Tags:

Política Internacional

path
politica-internacional

Podcasts

path
OLD-padcasts
Após mais de uma década, Lula retorna a presidência com a missão de retomar o rumo do País.
por
Guilherme Silvério Tirelli
|
15/11/2022
Tags:

Podcasts

path
OLD-padcasts
Entenda neste podcast como funciona o sistema eleitoral
por
Gabriel Alves, Laura Mello, Marcela Foresti e Paula Moraes
|
27/05/2022

As eleições de 2022 estão próximas e a campanha para tirar o título de eleitor terminou no dia 04/05. De fevereiro para março de 2022, o número de títulos tirados por jovens de 16 a 18 anos aumentou em 27,6%. A procura pelo título foi maior na faixa dos 17 anos: foram 158.947 novos títulos emitidos. Na tentativa de solucionar algumas questões frequentes dos novos eleitores e entender aqueles que preferem esperar a obrigatoriedade, entrevistamos o professor de política da PUC-SP, Rafael de Paula Aguiar Araújo, e as jovens Isabela Foresti Baltazar e Luana Scala.

Como é o funcionamento do Sistema Eleitoral Brasileiro?

O sistema eleitoral tem como função organizar as eleições e transformar votos em mandatos políticos, ou seja, contar todos os votos de forma segura, efetiva e imparcial, para que a vontade da população seja realizada em forma de políticos ocupando seus lugares democraticamente escolhidos. No Brasil, se utiliza duas formas de contabilizar esses votos, de acordo com a nossa Constituição Federal. Para os cargos do Poder Executivo, como o Presidente, Prefeitos e Governadores, e para um único cargo do Poder Legislativo - Senadores Federais, é usado o sistema majoritário. Nesse sistema, ganha a eleição o candidato que tiver a maioria dos votos, ou absoluto ou relativo. Como assim, absoluto e relativo? Te explico melhor: ganha por voto absoluto o candidato que recebeu metade dos votos mais 1. Ou seja, se 100 pessoas votaram, ganha por votos absolutos o candidato que tiver 51 votos. Já o sistema relativo contabiliza como eleito o candidato que alcançar o maior número de votos em relação aos concorrentes, ou seja, se dos 100 eleitores, 20 votaram no candidato A, 35 no candidato B e 45 no candidato C, o candidato C ganha a eleição por maioria relativa. O outro sistema utilizado para a eleição do Poder Legislativo, todos os cargos menos para o Senado Federal, é o proporcional. Neste sistema, é utilizada uma régua de proporção entre a preferência do eleitorado pelos partidos políticos. Ou seja, para compor uma Câmara de Deputados Municipal, os partidos que obtiveram mais votos do município ficam com mais espaço, quando os partidos que receberam menos votos ocupam menor espaço. Os candidatos eleitos são votados diretamente pelos eleitores e este sistema dá uma garantia maior de direito à representação para as minorias.

Ouça o podcast

Tags:

Educação

path
educacao

Podcasts

path
OLD-padcasts
Venha escutar o que os corredores da PUC-SP têm sussurrado a respeito da liberação do uso de máscaras
por
Eduarda Magalhães, Enrico Souto e Milena Camargo
|
08/04/2022

A Liberação do uso de máscaras pelo governo do Estado de São Paulo dividiu opiniões dentro da PUC-SP: se por um lado parte da comunidade acadêmica defende a continuidade integral do uso, do outro, há um grande apelo por sua flexibilização.

Esse Podcast não pretende encarar a situação de forma polarizada, tão pouco, maniqueísta. O conteúdo busca refletir de forma honesta, se aprofundando em ambos pontos de vista de forma crítica, atendendo as suas complexidades. 

Para ter acesso ao conteúdo é só clicar aqui

Tags:

Comportamento

path
comportamento

Saúde

path
saude

Podcasts

path
OLD-padcasts
Durante a Guerra entre Rússia e Ucrânia, mensagens e vídeos fazem parte de campanhas de desinformação de ambos os lados
por
Carlos E. Gonçalves, Guilherme Campos, Mateus França e Tomás Furtado
|
08/04/2022

     Com o aumento da tensão entre Rússia e Ucrânia, situação que já perdurava desde 2014, com anexação russa da Crimeia, fez com que a região ao leste do país, conhecida por Donbass, se tornasse ao decorrer dos anos, uma zona militarizada. Após diversas ameaças de invasão, com o exército russo fazendo manobras e ameaçando o país vizinho, em fevereiro de 2022 o conflito se instalou, a Rússia invadia a Ucrânia. Por mais que a população ucraniana encarasse a chance de invasão como remota, o governo também acreditava na possibilidade de negociação por meios diplomáticos. Mesmo com o progressivo aumento de contingente na fronteira, imaginava-se que era somente um exercício militar de demonstração de poder.

DESINFORMAÇÃO DE GUERRA
     No início do mês de fevereiro, o jornal americano Washington Post, já estava especulando que os preparativos russos para a invasão estariam praticamente prontos, dizendo que Kiev seria tomada em 48 horas, com 50 mil civis mortos e cinco milhões de refugiados. Com a escalada de desinformação da mídia norte-americana sobre uma possível invasão russa iminente, o governo ucraniano interviu dizendo que ainda haveria possibilidades de uma solução com a Rússia, sendo mais promissoras que uma escalada militar.  
Por sua vez, o vice-representante russo na ONU, Dmitry Polyansky classificou de loucura as acusações da mídia ocidental sobre o tempo que levaria para as tropas russas tomarem Kiev em uma suposta invasão à Ucrânia: “A loucura e o alarmismo continuam. O que aconteceria se disséssemos que os EUA poderiam tomar Londres em uma semana e causar 300.000 mortes de civis?”, disse Polyansky ao comentar sobre a matéria do jornal Washington Post.
     O jornal Bloomberg, que durante 30 minutos manteve nas redes a desinformação de que a Rússia já havia invadido. Após o grave erro, a Bloomberg teve que se explicar, dizendo que era uma matéria pronta, e que iria investigar como a matéria foi ao ar. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a peça enganosa de Bloomberg mostra as “tensões extremamente elevadas, estimuladas pela postura agressiva do Ocidente sobre a Rússia” e que tais relatórios provocativos podem levar a “consequências irreparáveis”, advertindo que “qualquer faísca é extraordinariamente perigosa”.
     Nos dias anteriores ao ataque, o jornal Washington Post reafirmou que a Rússia supostamente estaria prestes a terminar os preparativos para uma invasão e que já concentrava nas fronteiras cerca de 70% das forças e das capacidades necessárias para uma invasão em grande escala.  A Ucrânia pela primeira vez teve que discordar em público de Washington quanto à “iminência de uma invasão russa”, e com o presidente Volodymyr Zelensky alertando que esse alarmismo estava desestabilizando a economia ucraniana e causando uma fuga maciça de dólares.
     A Rússia afirmou que não havia planos de invadir a Ucrânia, que Kiev precisava negociar diretamente com os revoltosos do Donbass e colocar na constituição os direitos e garantias que lhe foram dados pelos acordos de Minsk, endossados pelo Conselho de Segurança da ONU, e que no que dependesse da Rússia não haveria guerra.

A FALHA DO DEPARTAMENTO DE ESTADO AMERICANO
     O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, propagou de forma despretensiosa notícias falsas dentro do governo, com a mentira sobre um vídeo russo que seria usado para justificar a invasão da Ucrânia. A atitude foi contestada por um jornalista da Associated Press, que exigiu que ele apresentasse provas do que dizia. Em contrapartida, Price tentou intimidar o jornalista por duvidar das informações da inteligência americana e da britânica, e insinuando-o que ele era um amigo de Putin.
Outra questão levantada foi sobre o adjetivo “iminente”, que foi usado em demasia pela mídia sensacionalista e pelo governo americano quando se falava do possível ataque russo; expressão que vem de um pensamento militar-industrial norte americano que já foi utilizado em outras guerras. Precisando repensar quando se deve ser utilizado, já que representa um alto grau de emergência quando utilizado em uma notícia ou discurso. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, a qual utilizava o adjetivo, disse que não vai mais usar o termo. 
     Após completado mais de um mês da invasão russa à Ucrânia, a perda para ambos os lados se torna evidente quando se é contabilizado o prejuízo. Calculado por estimativas divergentes, cerca de 1.500 civis já se tornaram vítimas da guerra. Segundo os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a soma já alcança 4 milhões de refugiados e 7 milhões de pessoas em deslocamento interno. Com o avanço do cerco militar russo em volta da capital Lviv, a condição de sobrevivência se torna cada vez mais precária, graças à escassez de remédio, a falta de alimentos e um sistema de saúde praticamente paralisado. Porém, mesmo com toda insalubridade que há, uma parcela da população que se nega a sair da capital. 

ÁRVORES PELA FLORESTA
     Nas últimas semanas, a guerra na Ucrânia foi caracterizada pela sua grande midiatização, da qual foi em grande parte proporcionada por fontes de gravação amadora nas redes sociais, onde usuários do Twitter, Facebook, Reddit, entre outras mídias de comunicação, onde as imagens do front eram gravadas e postadas na internet sem nenhum mediador. Esses recortes seriam captados por páginas de notícias online que adaptaram esses vídeos, editando o texto para atender as demandas do seu grupo desejado. Traduzido do russo para o inglês, mudando as datas, os nomes, os lugares, as pessoas e os eventos ocorridos como um jogo de telefone sem fio com milhares de participantes.
     A guerra da Ucrânia pode até mesmo ser a guerra mais midiatizada nos dias de hoje, mas a veracidade da grande maioria dessa produção deve ser levada em consideração. Em sua peça de opinião, Nicholas Moran exemplifica como as imagens capturadas na guerra podem ser manipuladas facilmente, induzindo uma conclusão a partir do momento em que o vídeo acaba. Esse conceito é exemplificado por meio de um vídeo onde ele cria três vídeos, com três nomes e conclusões por meio do trecho em que a gravação é encerrada. 
     No trecho, uma coluna de tanques está cruzando uma estrada quando um tanque é atingido por um míssil saindo de uma floresta na região formando uma bola de fogo, na segunda versão, o vídeo continua e o tanque saí da bola de fogo, aparentemente  ignorando o míssil seguindo a estrada enquanto o resto das coluna começa a engajar a emboscada, e na terceira o tanque atingido pelo explode devido a uma reação em cadeia.
     No vídeo, Moran usa o termo de "Confundir as árvores pela floresta" afirmando que esses recortes dos eventos ocorrendo não necessariamente representam a natureza completa do conflito, destacando que batalhas perdidas não são enviadas para a internet e que imagens de guerra são mais difíceis de interpretar do que bolas de fogo e imagens de veículos queimando.
     A disseminação de informação falsa não é uma capacidade exclusiva do Kremlin, a Ucrânia é considerada vencedora da guerra de informação no Oeste. São as suas forças armadas que tem mais de seus feitos filmados e publicados na Internet, a situação de Davi versus Golias as suas histórias são recontadas mais vezes, fazendo da propaganda uma ferramenta para a motivação das tropas e para manter o suporte internacional.

O SOLDADO COMO MÁRTIR
     No começo da guerra quando os avanços da Federação Russa começaram a estagnar e o combate armado foi se tornando mais estático, foi visto o processo de martirização de muitos soldados Ucrânianos que morreram nos primeiros dias da guerra, casos como Vitaly Skalkun que se explodiu com uma ponte para atrasar o avanço inimigo, a guarnição de menos de vinte homens na ilha das cobras xingando um navio de guerra Russo com o intuito de tomar a ilha, o último do qual acabaram sobrevivendo o engajamento e foram capturados como prisioneiros quando era considerado que todos haviam morrido em combate. Todos exemplificando a ideia de martírio, da transformação desses homens em figuras sobre-humanas, desafiando estimativas descomunais e sendo imortalizados como lendas.
     Um dos exemplos mais fortes da campanha de transformar as forças armadas ucranianas em figuras quase que sobrenaturais foi no caso da lenda urbana do fantasma  de Kiev. A história de um veterano da força aérea voltando ao serviço para servir ao seu país, criando uma ferro velho de caças, tanques e todo tipo de equipamento Russo no seu caminho.
     A popularização dessa lenda urbana começou em posts do exército Ucrâniano com as notícias de mobilização total e do chamado dos reservistas para as forças armadas. O apelido acabou pegando, com engajamentos cada vez mais detalhados sendo adicionados para a contribuição ao conflito na sua página da Wikipédia. De um abate de 6 caças na primeira semana da guerra para uma lista exata coletada de todos os modelos precisos de mais de 40 impactos, incluindo os mortos pela explosão. 
     Por um período, a identidade secreta do fantasma foi assumido por Vladimir Abdonov, que usando ferramentas de photoshop e de captura de tela, editou seu rosto em uma série de imagens em rostos de pilotos de caça e até mesmo no de Vitaly Skalkun como evidência de sua participação, junto com imagens de combate geradas num simulador de voo.

JOGOS COMO IMAGEM DE CAMPO
     O streamer de jogos Thomas Rim, mais conhecido pelos seus vídeos de jogos de estratégia no Youtube e ser anfitrião para eventos elaborados de combate para até 64 jogadores em Arma 3, surpreendeu seu público ao trabalhar com a cobertura da ocupação do Afeganistão e a sua atuação com o serviço de Inteligência Americana para apagar da internet o nome de Indivíduos que auxiliaram as forças Estadunidenses para evitar a perseguição desses Indivíduos pelo regime Talibã. Ele viria a realizar um projeto jornalístico similar em Fevereiro, com uma Livestream de 9 horas no Twitch com o intuito de desbancar o máximo de Fake News que foram se acumulando durante os primeiros dias da guerra.
     Durante as primeiras 24 horas da invasão da Ucrânia, começou a circular no aparelho de mídia social TikTok um vídeo de um avião sendo abatido por mísseis antiaéreos durante a manhã. Essa vídeo foi enviado a Thomas lá pela quinta hora da sua produção, que após assistir, pediu uma pausa de cinco minutos, retornando com uma recriação da imagem, produzindo o mesmo som de disparo e impacto do míssil do vídeo, assim como a JPEG da explosão emitida após o foguete acertar seu alvo, com o streamer olhando para a tela. Sua audiência mais recorrente já sabendo que jogo utilizado para a produção dessas imagens que circulavam nas mídias sociais era Arma 3, ao qual Thomas Rim já era profundamente familiarizado.
     Desenvolvido pela companhia de jogos  Bohemia Interactive, Arma 3,o jogo tático mundo aberto de simulador militar de primeira e terceira pessoa lançado em 2013 ainda tem uma uma comunidade fiel construída a partir da produção de cenários militares táticos produzidos pelos desenvolvedores ou os próprios jogadores, dispondo do vasto arsenal de modelos detalhados de veículos e equipamento militar que são constantemente atualizados.
     Com os pacotes de textura certos, você consegue recriar cenas da queda de Saigon no Vietnã ou da Invasão de Hoth em Guerra nas Estrelas, no entanto o caso relevante para essa matéria é o uso desses simuladores para criar engajamentos que se assemelham aos de conflitos atuais. Estes, acabam sendo repassados como imagens de combate no campo.
     Até mesmo no Brasil, a rede de jornal Jovem Pan foi culpada desse comportamento, colocando o mesmo vídeo que acabou passando ao vivo em rede nacional como imagens recentes tiradas do front. Sendo reconhecidas de imediato pelos fãs do jogo e sendo ridicularizada nas redes sociais, deletando o vídeo de seus arquivos midiáticos pouco depois.
     O mesmo vídeo também foi apresentado como sinais de desenvolvimentos recentes em combates entre a Índia e a China no vale de Panjshir, forças armadas dos Estados Unidos contra Insurgentes Talibãs, soldados Israelenses em mais uma investida contra a Palestina, entre outros avistamentos do mesmo clipe, que já foram confirmados pela própria companhia de ser produtos de uma edição de imagens capturadas dentro do jogo. “Nós somos regularmente notificados sobre esse tipo de coisa por agências de checagem de fatos, de imagens dos nossos jogos sendo usados durante a cobertura de notícias no mundo real” 
     A companhia já está acostumada a esse tipo de situação, existem grande parte da comunidade que é dedicada a produção de pacotes de texturas e a realismo, já admitindo que não tem muito o que fazer sobre o assunto, apenas apontar essas gravações como falsas após serem publicadas nas redes sociais e desencorajar outros de que façam o mesmo. 
 

Uma entrevista com a professora Pollyana Ferrari, escritora e pesquisadora em comunicação Digital, e Sabrina Medeiros, ex-professora associada da escola de guerra naval e atual professora de relações internacionais na Universidade Lusófona em Lisboa oferecem um olhar aprofundado sobre os tópicos discutidos no texto acima. 

Questões como as possíveis consequências da guerra para a geopolítica e o papel da informação foram abordados no podcast, e você pode conferir tudo isso e muito mais clicando aqui.

 

Tags:

Política Internacional

path
politica-internacional

Podcasts

path
OLD-padcasts
Podcast explica como tratar assuntos considerados tabus com crianças de uma maneira leve e divertida
por
Maria Luiza Oliveira, Pedro Alcântara e Nicolas Damazio
|
08/04/2022

As crianças são curiosas por natureza, uma vez que são livros em branco querendo descobrir o mundo. Elas têm questionamentos sobre a sociedade e precisam compreender os fatos para assim formarem suas personalidades e terem pensamento crítico durante o desenvolvimento delas. Contudo, muitas de suas perguntas não são respondidas por não serem “assuntos de criança”.

Um exemplo disso são os comentários homofóbicos que surgiram nas redes após a Disney confirmar o primeiro beijo LGBTQIA+ entre duas personagens femininas, no filme do tradicional personagem Buzz Lightyear, que será lançado no dia 16 de junho de 2022.

 

“Ridículo, esse tipo de afeição (que não é heterossexual), não deve ser apresentado ao público infantil.”

“Não há necessidade de mostrar isso para as crianças”

“Filme de criança, era nem para mostrar isso”

 

Esses foram algumas das opiniões que repercutiram nas mídias sociais. Mas, afinal, o que é papo de criança?

Carla Barbisan, mãe do Juliano Barbisan de apenas 10 anos, relata que conversa sobre temas considerados de adultos com o seu filho, mas adaptando a linguagem para respeitar a idade que ele tem. “Não há tabu, tudo que a criança te pergunta tem que ser respondido. Já conversei com ele sobre vários assuntos que não são considerados para criança.”

Foto de Carla Barbisan com o seu filho Juliano Barbisan
Carla Barbisan com o seu filho, Juliano Barbisan. Entrevistados do podcast 

Prática saudável na visão da psicopedagoga, Elaine Magna: “Manter o diálogo sempre aberto com os filhos sobre qualquer assunto (sexualidade, drogas etc.) em tempos de fácil acesso à informação é o melhor caminho.”

Elaine Magno, psicopedagoga
Elaine Magna, psicopedagoga e entrevistada do podcast

Elaine reforça a importância de os pequenos começarem a criar suas próprias opiniões durante essa fase do desenvolvimento, e o caminho para eles fazerem isso é por meio do diálogo e do acesso às informações. Petria Chaves, jornalista da rádio CBN e apresentadora do podcast Revisteen faz um trabalho jornalístico voltado totalmente para este público, ajudando na construção do pensamento crítico das crianças e adolescentes.  

“Criança tem que ser criança, criança tem que brincar. Mas, na medida do possível, a gente tem que se preocupar em ser tradutor desse mundo tão complexo para elas (...) o jornalista é sempre um tradutor”, comenta Petria.

Jornalista Petria Chaves
Reprodução do Instagram: Jornalista Petria Chaves, apresentadora do podcast Revisteen e entrevistada para o Papo de Criança 

Confira mais informações sobre a importância de dialogar temas complexos com as crianças escutando o podcast Papo de Criança.

 

 

Foto de capa:  Ketut Subiyanto no Pexels

Tags:

Comportamento

path
comportamento

Educação

path
educacao

Podcasts

path
OLD-padcasts
Em uma realidade que marginaliza as minorias diariamente, a luta contra o preconceito deve abranger todos os setores sociais, o esporte sendo um deles - importantíssimo, por sinal.
por
Victor Paulino
|
16/11/2021

Entre julho e agosto deste ano aconteceram os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que, em decorrência da pandemia de covid-19, foram em 2021. Dentre os diversos motivos que fizeram a 32ª edição do evento multiesportivo ser emblemático, como, por exemplo, os recordes brasileiros e a crise sanitária, a forte presença da comunidade LGBTQIAP+ foi histórica em muitos sentidos. De acordo com o site OutSports, havia pelo menos 183 atletas abertamente LGBTQIAP+ no evento, um número maior do que as edições de Londres 2012 e Rio 2016 juntas, que somam 79 atletas. Esse levantamento ainda apontou que se esses atletas formassem uma delegação, ela terminaria os Jogos na sétima posição no ranking final do quadro de medalhas, à frente de países como a França, a Holanda, a Alemanha e o próprio Brasil. 

 

Todas essas questões que envolvem a presença da comunidade LGBTQIAP+ no esporte são extremamente importantes para incentivar diversos jovens talentos que não encontram espaço e oportunidade no meio. Para uma criança queer que a todo momento é descaracterizada por estigmas sociais que rejeitam seus corpos, o esporte é uma esfera distante e um sonho que não se materializa. Nos últimos anos, a importância da representatividade foi legitimada em muitos aspectos e em um período pandêmico, onde os olhos do mundo estavam voltados para aquela competição como nunca antes estiveram, ela aqui mais uma vez se faz necessária para que a comunidade ocupe espaços de destaque também no esporte e cada vez menos nas estatísticas de violência e nas manchetes trágicas dos grandes jornais. 

 

Clique aqui para acessar o episódio.

Tags:

Comportamento

path
comportamento

Esportes

path
esportes

Podcasts

path
OLD-padcasts