Nas últimas semanas Hollywood vem debatendo uma crise de identidade que vem sofrendo suas produções e a fuga de espectadores das salas dos cinemas para os sofás de suas casas, na falta de conteúdos atraentes que façam sair do conforto do lar e ter uma experiência em tela grande. É dentro desse debate que “Super Mario Bros- O filme” se encaixa, por incrível que pareça, e se destaca.
Super Mario Bros- O filme” é baseado na franquia de jogos da marca japonesa Nintendo, criados pela companhia à partir de 1981 onde o encanador italiano Mário, que mora no Brooklyn, é o personagem principal. Logo eles se popularizaram pelo mundo e ainda são sucesso entre os jovens do mundo todo mais de quatro décadas depois de sua criação, com um universo rico, recheado de personagens fascinantes e fantásticos jogos que abrangem desde aventuras intergaláticas até um simples jogo de golfe com o personagem. Na década de 90, no auge do hype do personagem, foi feita uma tentativa de longa metragem live action, porém o que vimos e que foi eternizado no imaginário popular é um longa com personagens grotescos e toscos de forma geral. Por isso, há uma grande expectativa de anos dos fãs para esse novo projeto.
O filme conta a história de dois encanadores irmãos, moradores do bairro do Brooklyn, Mário e Luigi, que na busca para se provarem competentes, acabam sendo teletransportados através de um cano de esgoto para um mundo fantástico onde devem enfrentar o poderoso Bowser, uma tartaruga maligna que quer dominar o mundo, tomando a princesa Peach como sua esposa a força, fazendo com que Mario e Luigi precisem confiar em si mesmos para ajudar a princesa.
Talvez o maior mérito do longa é não se apoiar exclusivamente na nostalgia que atrai público de quatro décadas a ver o longa. Em uma época de crise de identidade, onde todos pecam por pensar demais ou pensar de menos, “Super Mario” é um filme que joga no seguro, uma animação com falas leves, boas sacadas de comédia e um saudosismo calculado pelos diretores, que não entrega todo o universo do personagem de bandeja, logo de cara. Ao ver o mundo que tanto jogamos na tela grande ficamos maravilhados, encantados, aquele fio de cabelo de cada parte do corpo se arrepia vendo nos cinemas aquilo que fez parte de nossa infância. Ver todos os vilões reunidos no castelo do grande vilão, ou todos os heróis juntos é uma catarse coletiva, que reúne o maior “fan service” da história de um dos maiores personagens da cultura pop.
O longa não mostra só nisso, tem uma trama simples que ao mesmo tempo é envolvente com o carisma dos personagens que conhecemos a tanto tempo e numa época em que muitos criticam ou buscam algo fora da caixa, talvez o que precisamos é um filme como esse leve, despretensioso que encontra a nossa criança interior que jogava nintendo 64. Um filme para rir com quem amamos, um filme que dá prazer em ver nos cinemas e nos traz leveza e uma vontade de reunir os amigos e familiares, tirar a poeira do velho vídeo game, e jogar outra vez.