Por Ramon Baratella
Perdida em seus caderninhos de composições, temos Duda Cavalheiro que adentrou o mundo da música após postar seu primeiro cover na internet em 2017. Ela afirma que as redes sociais para o artista podem servir como uma ferramenta para trazer mais ouvintes e como compositora utiliza sua conta no Instagram para a conhecer e também seu trabalho no Spotify.
Em relação ao imediatismo e da informação é algo que torna sua opinião polarizada, e diz que como artistas, precisa estar consciente do mercado e saber usar as estratégias e que o marketing digital é algo que não dá para negar mais, tem que saber como se inserir sem se esquecer do propósito da nossa essência.
Tudo se torna passageiro quando estamos entretidos, essa é a função da música, senti-la com suas emoções. Para os nascidos nos anos 2000 e metade da década de 90 aproveitou a época onde as músicas tocadas tinham longa duração e também composições bem trabalhadas e a estrutura musical era completa com versos, refrões e uma ponte.
É obvio que o público alvo varia de cada artista, mas voltado para o cenário pop, a nova fórmula é que cada faixa tenha a duração de no máximo 2 minutos e 30 segundos, isso faz com que alcancem mais pessoas, seja consumida de forma rápida e defina seu single de trabalho como um futuro hit.
A cantora complementa que estuda o mercado digital e percebe que antigamente o Youtube entregava os conteúdos postados na plataforma e as pessoas consumiam vídeos mais longos e que hoje tem menos visualizações, mas não negligencia o uso das redes em uma época que estamos minados de informação, “entendo o fato das pessoas não consumirem conteúdo o tempo inteiro, precisamos de uns respiros”.
A dança sempre esteve presente em nossas vidas, tanto na infância quanto na vida adulta e durante os tempos de reclusão em casa, nos encontramos procurando incansavelmente por entretenimento, e nesse sentido se tornou inquestionável a explosão do TikTok já que se tornou uma válvula de escape usada por muitos.
O aplicativo ganhou fama pelos seus vídeos curtos com diversos tipos de conteúdos como receitas, desenhos, tutorias de maquiagem, dicas de estudos e com cantores brasileiros usando a plataforma para conseguir mais ouvintes, essa foi uma oportunidade para que vários bailarinos ao redor do País utilizassem também esta chave.

Os movimentos simples usados em 30 segundos de vídeo rodam o país e tornando músicas em grandes sucessos. No cenário internacional, cantoras como Beyoncé e Britney Spears montam suas performances com números aprimorados e Giovanni Lucanno, professor de dança, comenta que com passos mais elaborados acaba criando um nicho para pessoas que sabem dançar com um grau de dificuldade maior, “acredito que o TikTok e as coreografias são pensadas para todo tipo de pessoa. Não há uma técnica ou um baseamento é apenas uma diversão, um passatempo”.
Assim como Lucanno, o coreógrafo Wesley Alves complementa que não sente tanta falta das coreografias elaboradas já que sempre são vistas apenas nas cantoras de fora e nunca das brasileiras, além de que as danças montadas pelos coreógrafos de fora não são tão ligados ao TikTok, e afirma que foi uma forma de cantores nacionais alavancarem seu trabalho fazendo com que todo mundo conseguisse ouvir e dançar mais ainda.
Só com o tempo saberemos o impacto deixado pelas dancinhas, será que teremos uma expansão destes movimentos ou se será algo que trará nostalgia desta geração no futuro. Uma coisa é certa, a descoberta de talentos que a rede social nos trouxe não vão ser esquecidas tão facilmente.