Por Leonardo Nunez
A rotina pesada de estudos e o medo de não entrar na faculdade podem causar diversos problemas mentais e até físico na vida de um estudante. A pressão vivida diariamente atinge os jovens de todo o Brasil, que sofrem o desespero das incertezas de começar a graduação e muitos lidam com a cobrança dentro da própria casa.
Fonte: Acervo pessoal, Ruan Bittencour Ramos
Entre esses estudantes está Ruan Bitencourt Ramos, 20 anos, morador de São Paulo, estudante de um cursinho pré-vestibular na região de Santana. Ele relata sua caminhada de estudos e o que pretende seguir como carreira. O jovem está em seu segundo ano de cursinho, e, até o momento, segundo afirma pretende cursar Psicologia. Ele escolheu essa graduação por dar várias possibilidades de atuar em um mercado que vem crescendo. E ainda completa contando seus objetivos de passar em uma universidade pública que possibilite alcançar seus desejos pessoais e profissionais.
O jovem conta como foi a transição da escola para o cursinho, um choque que muitos enfrentam no Brasil diariamente, a pressão para saber seus futuros assustam muitos e não foi diferente para Ramos por ser uma mudança complexa e multifacetada. Sua rotina mudou, seus ambientes mudaram, as pessoas que antes conviviam com ele há mais tempo que sua própria família. Foi cada um para seu canto. Seu novo ciclo exige uma maturidade antes só imaginada, e o aprendizado não é questão de escolha, mas sim de necessidade. Hoje, suas expectativas para os vestibulares estão mais tranquilas do que no passado, mesmo ainda carregando algumas dificuldades, principalmente na área de Exatas. Um dia de cada vez ele estuda as obras obrigatórias respeitando suas responsabilidades.
Segundo pesquisa feita em 2020 pela empresa de treinamento CMOV revela que 80% dos universitários brasileiros não sabem o que fazer profissionalmente. Ainda foram entrevistados 2000 jovens, que também não têm ideia de como se capacitar para o mercado de trabalho. Esse número mostra um padrão preocupante dentro da sociedade brasileira. E é dentro desta estatística que Ruan diz tentar encontrar algum equilíbrio. Suas provas só começam daqui 5 meses, e sua rotina e calendário organizado o ajudam.
Suas relações sofreram mudança nesse período tendo que aprender que em alguma hora da vida é preciso focar mais em objetivos do que nas relações interpessoais. Ter amigos que entendem que você precisa de um tempo para se dedicar a você é essencial, nem todos entenderão e Ruan carrega a responsabilidade de decidir pelos outros como eles irão reagir a mudanças. Seus pais se preocupam com seu futuro e, apesar das expectativas criadas, se importam com sua felicidade.
O estudante lida com a pressão colocando o tempo pessoal como responsabilidade também. Além de estudar pelo menos 4 horas por dia, ele coloca no cronograma um tempo para lazer, diversão, para sair com as pessoas que fazem bem, passar um tempo com sua família, ler, ouvir música, meditar. Seu acompanhamento psicológico ajuda bastante a lidar com as frustrações inevitáveis do dia a dia. A pressão é inevitável e faz parte do ritual de uma importante fase da vida.